quinta-feira, 25 de agosto de 2016

Cada Tempo ao seu Tempo



Cada tempo ao seu tempo
mas, tem de haver discernimento
como no tempo perfeito das estrelas
dependuradas e brilhantes no firmamento.

Cada tempo ao seu tempo
mas, tem de haver entendimento
sobre o tempo certo das sementes
que os pássaros replantam com o vento.

Cada tempo ao seu tempo
mas, tem de haver sentimento
como no tempo tic-taqueado no relógio
que os ponteiros viravolteiam com o momento.

Cada tempo ao seu tempo
mas, tem de haver envelhecimento
da vida que passa e repassa pela história
que o poeta contempla com seu inspiramento.


Jonas R. Sanches
Imagem: Max Mitenkov Vimark

sábado, 20 de agosto de 2016

Abóbada Cinérea e um Sabiá Sabático



O sábado amanheceu cinzento
coriscos relampejantes no céu
trovões a ribombarem incessantes
mas o sabiá está lá a cantar
o seu canto maviosamente harmonioso
duetando ao barulho da chuva
que derrama-se do firmamento plúmbeo
e o horizonte é escuro sem o sol
e o poema se refaz nevoento e obscuro
como esse sábado de abóbada cinérea
como esse canto deleitável do sabiá
como essas letras que escorrem com a chuva
para serem carregadas pelas águas do ribeirão.


Jonas R. Sanches
Imagem: Eric Mendez

quarta-feira, 17 de agosto de 2016

Ampulheta


Lampejo Esmerado



Tento a poesia inventiva
estranhamente desusada
com palavras insólitas
que recontam átimos
vistos com olhar minudente
e pormenorizados atilados
com asserções líricas
oriundas dos adágios aforísticos
concatenados no rosicler
de um dia comezinho impreciso
com bátega de luzeiros cadentes
na boca da chona enluarada
encantatória ao olhar do poeta
que lobriga acocorado no solário
em busca do esmerado lampejo.


Jonas R. Sanches
Imagem: Dave Dugdale

terça-feira, 16 de agosto de 2016

Há Dois Anos



Há dois anos pela primeira vez beijei-te
e o amor invadiu inteiro o coração
foi o momento esperado de uma vida
e até hoje ainda sinto a sensação
quando eu sinto os teus lábios nos meus
parece ainda o doce primeiro beijo
que despertou o meu amor, minha paixão;
que ainda perdura nesse meu grande desejo
de te amar, de te poder fazer feliz,
minha menina, minha flor, minha açucena,
a minha vida quero sempre junto a ti
pois eu te amo, meu amor, minha pequena.


Jonas R. Sanches

quarta-feira, 10 de agosto de 2016

Utsuri-Goshi



Dança certeira da pesca
no movimento perfeito
o voo da isca matreira
e a pegada leve e pesada
executada com kampeki
na pegada no judogui
e no giro arqueado no ar
o pensamento no lugar
e os músculos enrijecidos
para completar o undô
mais perfeito do Judô
num Ippon de Utsuri-Goshi.


Jonas R. Sanches
Imagem: Utsuri-Goshi de Zantaria

segunda-feira, 8 de agosto de 2016

Homenagem a São Domingos de Gusmão – Padroeiro de Catanduva



Hoje rendo homenagens
ao nosso Santo Padroeiro,
São Domingos de Gusmão
protetor da minha terra...
Pra Santo foi homem bom
ajudando os miseráveis
se desfez de todos seus bens
para alimentar os famintos,
seu alimento era a oração
sua alegria era a penitência,
oh! São Domingos de Gusmão
proteja e abençoe nossa população.


Jonas R. Sanches
Imagem: Matriz de São Domingos

domingo, 7 de agosto de 2016

Poesia Hiperbólica



Nos esfíngicos segredos tão herméticos
a poesia extremamente hiperbólica
com curva natural de letras
rebuscando livre verbo
Noús vasto eterno
criando no elã
um mundo
hodierno
de paz
e luz
tangível
aos corações
dos caminhantes
e dos sãos buscadores
da verdade incognoscível
que paira entre os paradoxos
e nas antíteses respostas veladas
de uma poesia desenhada hiperbólica
no obscuro segredo eternamente hermético.


Jonas R. Sanches
Imagem: Vladimir Kush

terça-feira, 2 de agosto de 2016

Eloquência Transversal e um Paradoxo



Na eloquência transversal
de uma tarde intermitente
o poeta rouba o arrebol
para um verso intransigente
para conter seu paradoxo
de renovar o catastrófico
em uma chuva meteórica
num vil reflexo da retórica
ou duma poesia histórica
para lembrar depois da morte
se talvez for essa minha sorte
ou um grito mudo em consorte
estremecente de tão forte
para acordar os cemitérios
e ressuscitar um novo ministério
com as palavras de mistério
que vou calar até a última noite
mas vou cantar antes do açoite
que a vida vai despedaçar.


Jonas R. Sanches
Imagem: Robert Gonsalves